domingo, 8 de fevereiro de 2015

Distrações 2 - Bagagens desnecessárias



1 Vocês foram ressuscitados com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. 2 Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra. 3 Porque vocês já morreram, e a vida de vocês está escondida com Cristo, que está unido com Deus. 4 Cristo é a verdadeira vida de vocês, e, quando ele aparecer, vocês aparecerão com ele e tomarão parte na sua glória.”
                      Colossenses 3:1-4 – NTLH


1 Assim nós temos essa grande multidão de testemunhas ao nosso redor. Portanto, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós e continuemos a correr, sem desanimar, a corrida marcada para nós. 2 Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus.
3 Pensem no sofrimento dele e como suportou com paciência o ódio dos pecadores. Assim, vocês, não desanimem, nem desistam.”
                      Hebreus 12:1-3 - NTLH

Notem que as passagens acima são as mesmas que utilizamos no texto anterior, pois como havíamos dito, falaríamos em seqüência sobre as distrações que nos sabotam o caminho do crescimento espiritual.

Precisamos tocar num delicado mas imperioso assunto; o que utilizamos como conceito de vida. Na primeira parte falamos sobre o pecado e seus ataques muito mais intensos na atualidade, pela oferta que os meios de comunicação e a tecnologia trazem para o nosso cotidiano. Nessa segunda parte, porém, falaremos sobre a satisfação dos próprios interesses e dos sonhos de realização pessoal, nos moldes da visão humana disseminada na sociedade como objetivo primordial da existência, e prova de sucesso na vida.

Vocês foram ressuscitados com Cristo. Ora, Paulo não está escrevendo para ninguém que esteja ao lado de Deus ou que já tenha ressuscitado fisicamente. Ele está falando a Timóteo que lidera a igreja em Éfeso, formada por pessoas vivas e inseridas no cotidiano da existência humana.

Mas por que ele dá como ocorrido um fato que está na relação dos eventos aguardados por todos nós que cremos, para o Dia do Senhor, dia da sua volta? Simples. Não há aqui qualquer conflito, senão o uso semântico do estado de vida daqueles que já passaram pela morte. Ou seja, se morremos para o mundo e suas paixões, mas continuamos a respirar e a andar nesse mesmo mundo, somos como que mortos, porém vivos. Mortos mas ressuscitados. Mortos para o mundo, mas ressuscitados para Cristo e estando com Cristo.

O que o apóstolo parece querer evidenciar, é que houve uma morte. E no contexto de nossos dias, uma morte para a vida que se levava anterior à conversão, onde o mundo e suas demandas determinavam seus pensamentos, definiam suas atitudes e orientavam sonhos e projetos. A vida orbitava em torno daquilo que a sociedade entende como modelo e fim existencial; ter sucesso, dinheiro e felicidade. A realização pessoal como objetivo primordial da vida de cada individuo. Uma bagagem desnecessária, na viagem que temos que realizar até nossa terra prometida.

É preciso quebrar esse vínculo, fugir desse modelo, ampliar nossa visão de pertinência e de sentido da vida. Pensem nas coisas lá do alto. Nas coisas que serão eternas, e que podem desde já, nos encher de vida e vida em abundância, diferentes da ambição cotidiana que nos arrebata a um estado de tensão e busca incessante por aquilo que não edifica.

É claro que ao abandonarmos esse modelo, a invertermos essa lógica existencial, seremos apontados, criticados, discriminados em meio a uma sociedade que considera louco todo aquele que não adere, ou nem mesmo se deixa seduzir por sua complexa e fugaz definição de valores, onde ter determina o que se é, e o que se é não tem qualquer valor, se o ter não lhe acompanhar como confirmação da aprovação às escolhas e aos procedimentos assumidos na vida.

Paulo afirma que a manutenção do mesmo modelo de vida “nos atrapalha”. Em algumas traduções lemos “nos embaraçam” ou “nos prendem”. Isso deixa claro que tais propósitos na vida, amarram nossas pernas, nos perturbam as passadas no caminho do crescimento espiritual. Impedem que os verdadeiros alvos de nossa vida sejam atingidos, e que nos fortaleçamos para vivermos a carreira que nos está proposta.


5 Portanto, matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é um tipo de idolatria. 6 Pois é por causa dessas coisas que o castigo de Deus cairá sobre os que não lhe obedecem. 7 Antigamente a vida de vocês era dominada por esses desejos, e vocês viviam de acordo com eles.
8 Mas agora livrem-se de tudo isto: da raiva, da paixão e dos sentimentos de ódio. E que não saia da boca de vocês nenhum insulto e nenhuma conversa indecente. 9 Não mintam uns para os outros, pois vocês já deixaram de lado a natureza velha com os seus costumes 10 e se vestiram com uma nova natureza. Essa natureza é a nova pessoa que Deus, o seu criador, está sempre renovando para que ela se torne parecida com ele, a fim de fazer com que vocês o conheçam completamente.”
                      Colossenses 3:5-10 – NTLH

Não há como livrar-se de tudo isso, tendo ainda como meta de vida a satisfação pessoal; a conquista dos próprios interesses. Para que fossemos salvos, Jesus esvaziou-se de si mesmo, não tendo por usurpação o ser igual a Deus. Nem mesmo aquilo que lhe era próprio e por direito, o impediu em seu propósito de salvar a humanidade. Como então viveremos ainda nos mesmos moldes seculares de vida, crendo que conseguiremos cumprir assim a vontade de Deus? Para crescer é preciso desprendimento. Não é só andar em um caminho novo, mas andar em novidade de vida.

Que saibamos nos livrar das pesadas bagagens do velho homem, e que a vida cotidiana não nos seja embaraço para fazermos a vontade de Deus a caminho da glória.


Um forte abraço.

2 comentários:

  1. Concordo. Mas é uma vida de dificuldades e solidão. Só mesmo Jesus nos faz companhia nessa jornada.
    Deus abençoe à nós todos.
    Graça e paz.

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    Respostas
    1. Oi Santos. Para isso serve a comunhão dos santos; para carregarmos as cargas uns dos outros... Que o sentimento de apoio e auxílio dos irmãos preencha seu coração de vigor e confiança. Sim, Jesus é a nossa companhia, mas o seu corpo é que nos abraça...
      Um forte abraço...

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